Atlético x Palmeiras no quarto ato de 2022

Atlético x Palmeiras no quarto ato de 2022
No quarto encontro do ano Atlético x Palmeiras, Cuca perde a oportunidade de surpreender Abel e pára no Campeonato Brasileiro

O Palmeiras veio para Belo Horizonte desfalcado de sete titulares, além de seu treinador que não pode comandar a equipe à beira do campo. Para a maioria dos treinadores, isso seria uma dor de cabeça. Para Abel Ferreira, não! E o que vimos em mais um Atlético x Palmeiras, foi mais do mesmo.

É evidente que todos os jogadores do Atlético estão devendo muito, esse ano. Mas nesse jogo em específico, o técnico Cuca se “inspirou” em seus comandados, perdendo uma grande oportunidade de sair com a vitória, devido à previsibilidade a qual armou a equipe, além dos erros e atraso em efetuar as mudanças.

O primeiro tempo mostrou que o plano de jogo não combinava com a escalação inicial.

Cuca escalou Hulk e Keno nas extremas, alçando bolas na área adversária. Porém, a presença dos “baixinhos” Sasha e Zaracho na área, não representou perigo algum à defesa do Palmeiras. Ora, se a idéia era essa (e os nossos extremos foram bem no primeiro tempo), porquê não iniciar com Kardec no comando de ataque. Ele tem altura e força para arrastar a marcação e disputas aéreas.

Além disso, o Cuca não trouxe nada de novo no meio campo que poderia dificultar a vida do Abel. E o treinador palmeirense fez o jogo dele: reativo e com o bloco de meio de campo compacto e bem distribuído.

O Atlético fazia pressão no portador da bola, mas não tinha superioridade numérica no meio campo que, permitisse aproveitar essa pressão ao portador da bola.

Em suma, mesmo tendo um volume de jogo maior, o Galo repetiu os mesmo erros de sempre:

  • Saída de bola mal feita
  • Transição sem fluidez
  • Insistência nas bolas longas
  • Falta de aproximação dos jogadores (equipe muito “espalhada” em campo)
  • O velho problema de finalizar e não marcar
Um segundo tempo que não fugiu à escrita de como a equipe está bem abaixo do que seria normal

O Galo volta a campo com Ademir no lugar de Dodô. O que poderia ser uma surpresa na estratégia, contudo, mostrou que era desespero (e sabemos que no Campeonato Brasileiro, não se pode cair nessa armadilha). O Cuca tentou mudar a estrutura da equipe, mas com jogadores (Keno e Ademir), sem terem sequer treinado essa possibilidade. E em uma jogada muito bem construída no setor esquerdo da defesa Atleticana, o Palmeiras fez seu gol.

Mais exposto na defesa e sem conseguir fazer boas transições, o Galo ativou o “modo” ao desespero. Com os jogadores tentando resolver de qualquer jeito, de finalizar sem contundência, sem construção de jogadas no meio e nada de desmarque ofensivo por parte dos atacantes.

Cuca demorou para fazer as alterações e quando as fez, o time já estava cansado e abatido. E a partir dos 28 minutos da etapa final, os jogadores do Palmeiras sentiram a irritação dos atleticanos e passaram a picotar o jogo. Com faltinhas, com pedidos de atendimento médico, cera…

A essa altura, vendo o jogo do hotel ou escondido em algum camarote do Mineirão, Abel Ferreira deve ter aberto um sorriso, agradecido ao modo simplório no qual Cuca comandou sua equipe e só aguardou o apito final.

Números da partida

O número de passes e o percentual de passes certos do Galo, nessa partida, foram bem abaixo da média que o time tem no Campeonato Brasileiro.

estatístticas do jogo

Destaques do jogo

Pelo lado do Atlético, Mariano. Que apoiou no momento ofensivo e em alguns momentos, ajudou a compor o meio campo na fase defensiva. Pelo lado do Palmeiras, Murilo (melhor em campo), Lomba e Marcos Rocha

Notas dos jogadores

No segundo turno do Campeonato Brasileiro, o desempenho individual de todos os jogadores, caiu significativamente. Portanto, a “normalidade” refere-se à esse baixo desempenho.

  • Everson: Dentro da normalidade – 4,5bola murcha
  • Mariano: Destaque do Galo – 6,5
  • Nathan Silva: É impressionante como o Nathan fica pressionado em jogo grande. Mostrou insegurança em alguns momentos – 4,0
  • Jemerson: Vem melhorando (dentro do padrão da equipe) a cada jogo, prova-se que jogador bom, precisa de minutagem – 5,0
  • Dodô: Teve um início promissor mas, a partir dos 20 minutos teve uma queda expressiva – 3,5
  • Ademir: Entrou no lugar de Dodô mas, com uma função que visivelmente não estava preparado para executar – 4,0
  • Allan: Muito nervoso com arbitragem fez um jogo muito burocrático – 4,5
  • Otávio: Subistitui Allan, não complicou. Mas com a desorganização da equipe, não contribuiu tecnicamente – 4,0
  • Jair: Pouca participação na transição ofensiva e prolixo na transição defensiva, pouco combateu no meio campo – 3,5
  • Nacho: Era a esperança para organizar o meio campo, entrou no lugar de Jair e não houve ganho na construção. Mas melhorou pouca coisa a ocupação no meio – 4,0
  • Zaracho: Correu, tentou, mas não consegui construir jogadas – 4,0
  • Hulk: Foi bem no primeiro tempo. Como todo o time, perdeu o foco depois do gol adversário – 4,5
  • Sasha: Correu muito, tentou ocupar espaços mas não era para ter iniciado a partida – 4,0
  • Kardec: Substitui Sasha. Cuca errou em não ter escalado o jogador entre os onze iniciais (Mesmo que não aguente o jogo todo, pela estratégia adotada, logo no início, com o time descansado, com Hulk e Keno dando trabalho nos extremos, seria mais útil) – 4,0
  • Keno: Assim como Hulk, foi bem no início do jogo. A entrada de Ademir (sem que o Cuca tenha treinado essa estratégia), atrapalhou o setor esquerdo – 4,5
  • Pavón: entrou na mesma situação dos demais. Tarde demais e com o time abatido – 4,0
  • Cuca: Sou fã do Cuca mas, nesse jogo, o treinador exerceu o seu lado “Professor Pardal”. Foi totalmente previsível – 3,0
premiaçãoPremiação do jogo
  • Jogou muito – Nenhum jogador do Atlético
  • Bola Murcha – Cuca, Dodô e Jair
  • Troféu Marinho Chagas* – Hulk (entrevista para a TV ao deixar o gramado) e Cuca (coletiva)

 

* O ex-lateral-esquerdo Marinho Chagas que teve destaque nos anos 1970, jogando pelo Botafogo e que disputou a Copa do Mundo de 1974 pela Seleção Brasileira, certa vez deu uma justificativa (que não convenceu ninguém) inovadora para uma derrota: “Só posso resumir essa derrota com duas palavras: A-zar!”

Via Crucis

Cuca e jogadores têm dez jogos para se acertarem. Mas a cada rodada do Campeonato Brasileiro, o Atleticano sente que a vaga na fase de grupos da Libertadores, vai ficando distante. Até aqui, o ano de 2022 tem sido um ano com duras lições aos dirigentes do Galo. Nos resta torcer para que as lições tenham sido aprendidas.

A seguir o video com meu comentário pós-jogo. Saudações

 

Foto da capa: Gledson Tavares / Dia Esportivo / Estadão
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Julio Lazarotti

DJ, Produtor, Radialista, sniper de estilingue e especialista em dar pitacos a respeito de ⚽️ futebol e 🏈football. PHD na degustação de churrascos e alimentos butequísticos. Possui mestrado na arte de consumir "pelotas del fuego", brejas e afins. 🐦 @JuliaodaMassa - 📸 @JulioLazarotti Produtor na Cidade Web Rádio

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