O Galo, meu pai e eu

O Galo, meu pai e eu

Saudações Galo Doido a todos os leitores e seguidores do Arquibancada do Galo!

Como começou sua relação com o Atlético??? Entre muitas respostas, você encontrará Atleticanos dizendo que o amor pelo Galo começou sendo passado de pai para filho!!!Que herança maravilhosa!!! O dever de um pai é ensinar ao filho o melhor caminho, e nada melhor do que você pegar seu filho, levá-lo pra arquibancada e mostrá-lo o que é torcida de verdade, o que é uma Massa de verdade, uma verdadeira irmandade, o que abaixo de Deus consegue unir o negro, o branco, o pardo, o albino, o árabe, o chinês, o pobre, o rico, o crente em Deus, o ateu, o carioca, o paulista, enfim, todos!!!

É mostrar para o(a) filho(a) a experiência única de vivenciar que ganhar uma camisa do Galo de presente é melhor que qualquer brinquedo!!! É você, no discurso da formatura, poder dizer a seu pai aquele obriGALO por você ser Atleticano, ser Galo!!! É vivenciar as experiências de ouvir seu pai falar o que ele sentiu ao ouvir pelo rádio o gol de Dario contra o Botafogo em 71; o dia que ele viu meninos destruir a arrogância dos fregueses que se achavam os melhores em 76 e amargaram duas derrotas para o Atlético de 2×0; o dia que ele viu Reinaldo marcar não só um, mas vários gols de placa pelo Galo nas tardes de domingo no Mineirão; quando ele viu o hexa mineiro, as bombas de Éder, a classe de Luisinho e a raça de Cerezo.

Mas também é ficar marcado com as lembranças tristes que o seu velho viveu em 77, quando vimos o Galo perder o Brasileiro para a violência dupla, o regulamento tosco e a injustiça!!! É ver as lágrimas rolar nos olhos do seu pai quando ele lembra do mando de campo invertido da final do Brasileiro de 80. Da pouca vergonha de 81. Da bola que entrou em 85 e o juíz não deu o gol. Mas ao mesmo tempo seu pai diz que essas dores o fizeram crescer e aumentou mais ainda seu amor e orgulho de ser Atlético.

Se você viveu essas e outras experiências com seu velho, você é um felizardo. Pois eu mesmo não tive essa felicidade. Nascido em uma cidade mais ou menos maravilhosa (pra ser maravilhosa, tinha que ter o Galo!!!), cresci longe do Galo. Meu saudoso pai não era Galo!!! Me ensinou valores importantes sim, mas ele infelizmente não nasceu com o maior dos dons: Ser Atleticano. Mas em minha imaginação meu velho era Galo!!! E por favor deixem eu imaginar que eu cresci na arquibancada do Mineirão com ele!!! Que ele pegava o carro dele e dirigia por seis horas do Rio até BH só para ver o Atlético jogar e me levava com ele!!! Deixem eu imaginar que antes dele morrer ele me deixou as duas camisas dele do Galo. Deixem eu imaginar que antes dele ser sepultado cantaram o Hino do Galo. Que sua última mensagem pra mim foi: “Meu filho, nunca deixe de estar no Mineirão apoiando o nosso Galo!!!”

Ok, pai!!! Hoje jogamos no Horto, mas serei Galo até morrer!!! E obriGALO por me fazer crescer na Arquibancada do Galo!!!

Foto:  Acervo Roni Rangel
Revisão de texto: Cesar Augusto
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Rangel Galo Doido

A história desse carioca se confunde com o "santo graal" Atleticano. Como todo mundo, nasceu Atleticano, mas aprendeu a exercer sua atleticanidade ao se apaixonar pela torcida e pelo hino do Clube Atlético Mineiro. Embaixador da Arquibancada do Galo no Rio de Janeiro.

Um comentário em “O Galo, meu pai e eu

  1. Quer texto maravilhoso Rangel !!!
    Cara, sou privilegiado então, pois vivi tudo isso que você citou !!!
    É como diz o cantor: “Se chorei ou se sofri, o importante é que emoções eu vivi”.
    Quantas histórias sensacionais dentro daquele mineirão.
    Parabèns CAMpeão !!!

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